quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Capitulo 11 - A Maldição do Titã

Nós estávamos cruzando o Rio Potomac quando avistamos o helicóptero. Era um modelo
militar preto e lustroso, como o que vimos no Westover Hal . E estava vindo diretamente para nós.
“Eles conhecem a van,” falei. “Temos que despistá-los.”
Zoe desviou para a pista rápida. O helicóptero estava nos alcançando.
“Talvez os militares atirem neles,” Grover disse esperançoso.
“Os militares provavelmente acham que é um deles,” eu disse. “Em todo caso, como o General
pode usar mortais?”
“Mercenários,” Zoe disse, amargurada. “É desagradável, mas muitos mortais lutam por
qualquer causa desde que sejam pagos.”
“Mas esses mortais não veem para quem estão trabalhando?” perguntei. “Não percebem todos
os monstros ao seu redor?”
Zoe balançou a cabeça.
“Não sei o quanto eles veem através da Névoa. Duvido que se importariam se soubessem a
verdade. Às vezes mortais podem ser mais horríveis que monstros.”
O helicóptero continuava vindo, tendo um momento bem melhor que o nosso pelo meio do
trânsito de Washington D.C.
Thalia fechou os olhos e rezou firme.
“Ei, Pai. Um relâmpago seria bom agora. Por favor?”
Mas o céu continuou cinza e com neve. Nem sinal de uma trovoada de ajuda.
“Ali!” disse Bianca. “Aquele estacionamento!”
“Seremos encurralados,” Zoe disse.
“Acredite em mim,” falou Bianca.
Zoe disparou através de duas pistas de trânsito e para dentro do estacionamento de um shopping
na margem sul do rio. Nós deixamos a van e seguimos Bianca descendo alguns degraus.
“Entrada do metrô,” Bianca disse. “Vamos para o sul. Alexandria.”
“Qualquer coisa,” Thalia concordou.
Compramos passagens e passamos pelas catracas, olhando para trás por algum sinal de
perseguição.
Alguns minutos depois nós estávamos seguros a bordo de um vagão em direção ao sul, indo
para longe de Washington D.C. Quando nosso trem veio para superfície, pudemos ver o
helicóptero rodeando o estacionamento, mas ele não veio atrás de nós.
Grover soltou um suspiro. “Bom trabalho, Bianca, pensando no metrô.”
Bianca parecia satisfeita. “Sim, bem. Vi essa estação quando eu e Nico passamos por aqui no
verão passado. Eu me lembro de ter ficado bastante surpresa em vê-la, porque não estava lá
quando nós moramos na capital.”
Grover franziu as sobrancelhas. “Nova? Mas aquela estação parecia bem velha.”
“Eu acho,” Bianca disse. “Mas confiem em mim, no tempo em que moramos aqui quando
criancinhas, não havia metrô.”
Thalia ajeitou-se para frente. “Espere um minuto. Nada de metrô?”
Bianca assentiu.
Agora, eu não sabia nada sobre D.C., mas não via como todo o seu sistema de metrô poderia ter
menos de doze anos. Acho que todos estavam pensando a mesma coisa, porque eles pareciam bem
confusos.
“Bianca,” disse Zoe. “Há quanto tempo atrás...” A voz dela esmoreceu. O barulho do
helicóptero estava ficando mais alto de novo.
“Precisamos trocar de trem,” eu disse. “Próxima estação.”
Durante a próxima meia hora, tudo no que pensávamos era escapar em segurança.
Trocamos de trem duas vezes. Eu não tinha idéia para onde estávamos indo, mas depois de um
tempo despistamos o helicóptero.
Infelizmente, quando finalmente saímos do trem nos encontrávamos no fim da linha, em uma
área industrial com nada além de armazéns e trilhos de ferrovias. E neve. Muita neve.
Aparentava estar mais frio aqui. Eu estava contente pelo meu novo casaco de pele de leão.
Vagamos pelo pátio da ferrovia, pensando que poderia haver outro trem de viagem em algum
lugar, mas havia apenas fileiras e fileiras de carros de carregamento, a maioria coberta de neve,
como se não tivessem se mexido em anos.
Um sem-teto estava junto a uma fogueira acesa em uma lata de lixo. Nós devemos ter parecido
bem patéticos, porque ele nos deu um sorriso banguela e disse, “Tão precisando se aquecer?
Venham pra cá!”
Nós nos amontoamos ao redor da fogueira dele, Thalia estava batendo os dentes. Ela disse,
“Bem, isso é ó-ó-ótimo.”
“Meus cascos estão congelados,” Grover se lamentou.
“Pés,” eu corrigi, por causa do sem-teto.
“Talvez devêssemos comunicar o acampamento,” Bianca disse. “Quíron —”
“Não,” disse Zoe. “Eles não podem mais nos ajudar. Nós devemos terminar a missão.”
Fixei o olhar miseravelmente no pátio da ferrovia. Em algum lugar, no extremo oeste, Annabeth
estava em perigo. Ártemis estava acorrentada. Um monstro do juízo final estava solto. E nós
estávamos presos nas periferias da capital, dividindo a fogueira com um sem-teto.
“Sabe,” o sem-teto disse, “você nunca está completamente sem amigos.” Seu rosto estava
encardido e sua barba emaranhada, mas sua expressão parecia amigável. “Vocês crianças precisam
de um trem que vai para oeste?”
“Sim, senhor,” eu disse. “Você sabe de algum?”
Ele apontou uma mão sebosa.
De repente percebi um trem de carregamento, brilhando e sem neve. Era um daqueles trens que
carregam automóveis, com cortinas de malha de aço e três andares de carros dentro. Ao lado do
trem de carga dizia LINHAS SOL OESTE.
“Isso é... conveniente,” disse Thalia. “Obrigado, hã...”
Ela se virou para o homem sem-teto, mas ele tinha sumido. A lata de lixo à nossa frente estava
fria e vazia, como se ele tivesse levado as chamas consigo.
Uma hora depois estávamos nos deslocando ruidosamente para oeste. Não houve problema
sobre quem iria dirigir agora, porque todos nós pegamos nossos próprios carros de luxo. Zoe e
Bianca estavam esparramadas em um Lexus no andar de cima.
Grover estava brincando de piloto de corrida atrás do volante de uma Lamborghini. E
Thalia tinha feito ligação direta no rádio de uma Mercedes SLK preta para poder escutar as
estações de rádio de rock alternativo da capital.
“Posso me juntar a você?” perguntei a ela.
Ela deu de ombros, então subi no assento do carona.
O rádio estava tocando White Stripes. Eu conhecia a música porque era um dos únicos CDs que
eu tinha que minha mãe gostava. Ela falava que lembrava o Led Zeppelin.
Pensar na minha mãe me deixou triste, porque não parecia que eu estaria em casa para o Natal.
Talvez eu não vivesse tanto assim.
“Casaco legal,” Thalia me disse.
Puxei o casacão para me cobrir, agradecido pelo aquecimento. “É, mas o Leão da Neméia não
era o monstro que estávamos procurando.”
“Nem chegou perto. Temos um longo caminho a percorrer.”
“O que quer que seja esse misterioso monstro, o General disse que virá atrás de você.
Queriam isolar você do grupo. Aí o monstro apareceria e lutaria com você no mano a mano.”
“Ele falou isso?”
“Bem, alguma coisa assim. É.”
“Isso é ótimo. Amo ser usada como isca.”
“Nenhuma idéia do que o monstro pode ser?”
Ela balançou a cabeça sombriamente. “Mas você sabe para onde estamos indo, não sabe? São
Francisco. Era para lá que Ártemis estava indo.”
Lembrei de algo que Annabeth havia falado durante a dança: como seu pai estava se mudando
para São Francisco e não tinha como ela ir. Meiosangues não podiam viver lá.
“Por quê?” perguntei. “O que tem de tão ruim em São Francisco?”
“A Névoa é realmente densa lá, pois é muito perto da Montanha do Desespero. Magia dos Titãs
— o que restou dela — ainda resiste. Monstros são atraídos para aquela área de um jeito
inacreditável.”
“O que é a Montanha do Desespero?”
Thalia levantou uma sobrancelha. “Você realmente não sabe? Pergunte para a estúpida da Zoe.
Ela é a especialista.”
Ela olhou fixamente através do pára-brisa. Queria perguntar sobre o que ela estava falando, mas
também não queria soar como um idiota. Odiava a sensação de que Thalia sabia mais do que eu,
então fiquei de boca fechada.
O sol da tarde brilhou através da malha de aço da lateral do vagão de carga, fazendo uma
sombra no rosto de Thalia. Pensei no quanto ela era diferente de Zoe — Zoe toda formal e
indiferente como uma princesa, Thalia com suas roupas maltrapilhas e comportamento rebelde.
Mas havia algo similar entre elas, também. O mesmo tipo de tenacidade. Nesse momento, sentada
nas sombras com uma expressão carregada, Thalia parecia uma das Caçadoras.
Então, de repente, eu me dei conta. “É por isso que você não se entende com Zoe.”
Thalia franziu a testa. “O quê?”
“As Caçadoras tentaram recrutar você,” eu presumi.
Seus olhos ficaram perigosamente brilhantes. Achei que ela ia me atirar para fora da Mercedes,
mas ela apenas suspirou. “Eu quase me juntei a elas,” ela admitiu. “Luke, Annabeth e eu
encontramos com elas uma vez, e Zoe tentou me convencer. Ela quase conseguiu, mas...”
“Mas?”
Os dedos de Thalia agarraram o volante. “Eu teria que abandonar Luke.”
“Ah.”
“Zoe e eu começamos uma briga. Ela disse que eu estava sendo estúpida. Afirmou que eu iria
me arrepender da minha escolha. Disse que Luke ia me desapontar algum dia.”
Observei o sol através da cortina de metal. Parecia que estávamos viajando mais rápido a cada
segundo — sombras tremeluzindo como um velho projetor de filmes.
“Isso é desagradável,” eu disse. “Difícil admitir que Zoe estava certa.”
“Ela não estava certa! Luke nunca me desapontou. Nunca.”
“Teremos que combatê-lo,” falei. “Não há outro caminho.”
Thalia não respondeu.
“Você não o viu ultimamente,” avisei. “Sei que é difícil acreditar, mas —”
“Farei o que tiver que fazer.”
“Mesmo que isso signifique matá-lo?”
“Faça-me um favor,” ela disse. “Saia do meu carro.”
Eu me senti tão mal por ela que nem reclamei.
No momento em que eu estava prestes a sair, ela falou, “Percy.”
Quando olhei para trás, seus olhos estavam vermelhos, mas eu não podia dizer se era de raiva
ou tristeza. “Annabeth também queria se juntar às Caçadoras. Talvez você devesse pensar por qual
motivo.”
Antes que eu pudesse responder, ela levantou os vidros elétricos e me trancou para fora.
Sentei no banco do motorista da Lamborghini de Grover. Grover estava dormindo atrás.
Ele finalmente havia desistido de tentar impressionar Zoe e Bianca com sua música de flauta
depois que ele tocou ‘Hera Venenosa’ e fez essa mesma coisa brotar do ar condicionado do Lexus
delas. Enquanto observava o sol se pôr, pensei em Annabeth.
Estava com medo de dormir. Preocupado com o que poderia sonhar.
“Ah, não fique com medo dos sonhos,” uma voz disse à minha direita.
Eu olhei para o lado. De algum modo, não estava surpreso em encontrar o sem-teto do pátio da
ferrovia sentado no banco do carona. Seus jeans estavam tão desbotados que eram quase brancos.
Seu casaco estava rasgado, com estofamento saindo. Ele parecia um tipo de ursinho de pelúcia que
tinha sido atropelado por um caminhão.
“Se não fosse pelos sonhos,” ele disse. “Eu não saberia metade das coisas que sei sobre o futuro.
Eles são melhores que os tablóides do Olimpo.” Ele pigarreou, então levantou as mãos
dramaticamente: “Sonhos como um podcast Fazendo download pelos meus ouvidos Eles me
contam coisas legais.”
“Apolo?” adivinhei, porque imaginei que ninguém mais poderia fazer um haiku tão ruim.
Ele colocou o dedo nos lábios. “Estou incógnito. Pode me chamar de Fred.”
“Um deus chamado Fred?”
“Hã, bem... Zeus insiste em algumas regras. Sem interferências quando há uma missão humana.
Mesmo quando algo realmente grande está errado. Mas ninguém mexe com a minha irmãzinha.
Ninguém.”
“Você pode nos ajudar, então?”
“Shhh. Já estou ajudando. Você já olhou para fora?”
“O trem. Quão rápido estamos indo?”
Apolo abafou o riso. “Rápido o suficiente. Infelizmente, estamos ficando sem tempo. É
quase pôr do sol. Mas imagino que atravessaremos um grande pedaço dos Estados Unidos com
vocês, pelo menos.”
“Mas onde está Ártemis?”
Seu rosto escureceu. “Eu sei muita coisa, e vejo muito. Mas mesmo eu não sei isso. Ela está...
nublada para mim. Não gosto disso.”
“E Annabeth?”
Ele franziu a testa. “Ah, quer dizer aquela garota que você perdeu? Hum. Eu não sei.”
Tentei não ficar com raiva. Sabia que os deuses tinham dificuldade em levar a sério os mortais,
mesmo meiosangues. Nós vivíamos vidas tão curtas, comparados aos deuses.
“E o monstro que Ártemis estava perseguindo?” perguntei. “Você sabe o que era?”
“Não.” Apolo disse. “Mas tem um que deve saber. Se vocês ainda não tiverem achado o
monstro quando chegarem a São Francisco, procurem por Nereus, o Velho Homem do Mar. Ele
tem uma boa memória e um olho afiado. Ele tem o dom do conhecimento sobre coisas às vezes
obscuras para o meu Oráculo.”
“Mas é o seu Oráculo,” protestei. “Não pode nos dizer o que significa a profecia?”
Apolo suspirou.
“Você pode da mesma forma pedir a um artista para explicar sua arte, ou pedir a um poeta para
explicar seu poema. Isso acaba com o propósito. O significado somente fica claro através da
busca.”
“Em outras palavras, você não sabe.”
Apolo checou seu relógio. “Ah, veja as horas! Tenho que correr. Duvido que possa me arriscar a
ajudá-lo de novo, Percy, mas lembre do que eu disse! Durma um pouco! E
quando retornar espero um bom haiku sobre sua jornada!”
Queria protestar que não estava cansado e nunca tinha feito um haiku na minha vida, mas Apolo
estalou os dedos, e a próxima coisa de que me lembro era estar fechando os olhos.
No meu sonho, eu era outra pessoa. Estava vestindo uma antiga túnica grega, que era arejada
demais lá embaixo, e sandálias de couro laçadas. A pele do Leão da Neméia estava amarrada nas
minhas costas como uma capa, e eu estava correndo para algum lugar, sendo puxado ao longo do
caminho por uma garota que segurava firme minha mão.
“Depressa!” ela disse. Estava muito escuro para ver o rosto dela claramente, mas podia ouvir o
medo em sua voz. “Ele vai nos encontrar!”
Era noite. Um milhão de estrelas resplandeciam no alto. Estávamos correndo pelo meio da
grama alta, e o aroma de mil diferentes flores intoxicava o ar. Era um bonito jardim, ainda assim a
garota me guiava através dele como se estivéssemos prestes a morrer.
“Não tenho medo,” tentei falar para ela.
“Devia ter!” ela disse, puxando-me para perto. Ela tinha longos cabelos negros trançados até as
costas. Suas roupas de seda brilhavam fracamente à luz das estrelas.
Corremos pelo lado da colina. Ela me puxou para trás de um arbusto com espinhos e nós
caímos, os dois respirando pesadamente. Não sabia por que a garota estava com medo. O jardim
parecia tão pacífico. E eu me sentia forte. Mais forte do que jamais havia me sentido.
“Não há necessidade de correr,” falei para ela. Minha voz soou mais grave, muito mais
confiante. “Já superei centenas de monstros com as mãos nuas.”
“Não esse aqui,” a garota disse. “Ladon é muito forte. Você deve dar a volta, subir a montanha
até o meu pai. É o único jeito.”
A dor na voz dela me surpreendeu. Ela estava realmente preocupada, quase como se ela se
importasse comigo “Não confio no seu pai,” eu disse.
“Não deveria,” a garota concordou. “Você terá que enganá-lo. Mas não pode pegar o prêmio
diretamente. Você morrerá.”
Eu abafei um riso. “Então por que você não me ajuda, linda?
“Eu... eu tenho medo. Ladon irá me parar. Minhas irmãs, se elas descobrirem... vão me
renegar.”
“Então nada pode ser feito sobre isso.” Levantei, esfregando minhas mãos.
“Espere,” a garota disse.
Ela parecia estar agonizando sobre uma decisão. Então, com seus dedos tremendo, levou as
mãos acima da cabeça e arrancou um longo broche branco do seu cabelo.
“Se você deve lutar, leve isto. Minha mãe, Pleione, deu para mim. Ela era filha do oceano, e o
poder do oceano está dentro disto. Meu poder imortal.”
A garota soprou o alfinete e ele brilhou fracamente. Resplandecia à luz das estrelas como uma
concha polida.
“Pegue,” ela me falou. “E faça disto uma arma.”
Eu ri. “Um alfinete de cabelo? Como isso vai destruir Ladon, linda?”
“Talvez não,” ela admitiu. “Mas é tudo que posso oferecer, se você insiste em ser teimoso.”
A voz da garota amoleceu meu coração. Abaixei e peguei o broche, e quando o fiz, ele cresceu
longo e pesado em minha mão, até que segurei uma espada de bronze familiar.
“Bem equilibrada,” eu disse. “Ainda que eu prefira usar apenas as mãos. Como devo chamar
essa lâmina?”
“Anaklusmos,” a garota falou, triste. “A corrente que pega de surpresa. E antes que você saiba,
foi varrido para o mar.”
Antes que eu pudesse agradecê-la, houve um som de passos na grama, um sibilo como ar saindo
de um pneu, e a garota disse, “Tarde demais! Ele está aqui!”
Eu me levantei ereto no banco do motorista da Lamborghini de Grover. Grover estava
balançando o meu braço.
“Percy,” ele disse. “É de manhã. O trem parou. Vamos!”
Tentei mandar embora minha sonolência. Thalia, Zoe e Bianca já haviam enrolado para cima as
cortinas de metal. Lá fora havia montanhas cheias de neve salpicadas de pinheiros, o sol nascendo
vermelho entre dois picos.
Pesquei minha caneta de dentro do bolso e prestei atenção nela. Anaklusmos, o nome em grego
antigo para Contracorrente. Um modelo diferente, mas eu tinha certeza que era a mesma lâmina
que tinha visto em meu sonho.
E tinha certeza de outra coisa também. A garota que eu tinha visto era Zoe Nightshade.

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